A importância do teor alcoólico dos vinhos e dos espumantes

O álcool existente nos vinhos e espumantes é o principal objetivo da fermentação, daí o nome de fermentação alcoólica, e é este elemento que fornecerá a capacidade de conservação, personalidade e longevidade aos vinhos. 

Os agentes responsáveis pela sua existência são as leveduras que transformam o açúcar do mosto das uvas em álcool e diversos outros produtos secundários.

É durante a maturação que os açúcares são formados e armazenados nas uvas, portanto quanto mais maduras mais açúcar estas uvas terão e consequentemente mais álcool terão os vinhos.

Como identificar o teor de álcool

A presença de álcool nos vinhos se faz de forma visual pela ocorrência de lágrimas aderidas às bordas das taças, dando uma pequena introdução de como será a untuosidade do produto quando levado à boca.

O álcool dos vinhos tem uma relação muito próxima à intensidade aromática pois devido a sua volatilidade elevada é um forte coadjuvante no arraste dos aromas no trajeto da taça até o nariz.

Na parte gustativa o álcool atua em várias componentes, primeiro a sensação de calor em boca, que sentimos na garganta. Um vinho “quente” tem alto nível de álcool. Ao mesmo tempo apresenta uma relação de percepção do corpo e textura dos vinhos, pois apresenta um maior volume em boca quando o teor alcoólico é elevado. 

A viscosidade dos vinhos e espumantes também dão uma sensação de preenchimento do espaço bucal. A viscosidade ou a untuosidade nada mais é do que a presença em boa quantidade não somente do principal álcool, o etanol, mas também do glicerol, um álcool secundário produzido na fermentação em maior quantidade quando as uvas são bem maduras.

O  corpo é a sensação de peso, de encher a boca, quando isso ocorre se denomina um vinho encorpado, se isso não ocorre a bebida parece meio aguada, leve e se perde rapidamente na boca.

Na prática é um tanto difícil distinguir a ideia de corpo do conteúdo alcoólico. Mesmo não se tratando da mesma coisa os que tem alto teor de álcool normalmente dão a impressão de possuir bastante corpo e os mais fracos de álcool dificilmente são denominados de encorpados.

Quantidade de álcool e qualidade dos vinhos

Durante muito tempo a quantidade de álcool em um vinho foi relacionada com a qualidade, atualmente sabe-se que não é somente a quantidade, mas sim o equilíbrio existente entre os diversos componentes, e entre eles o álcool.

Por exemplo um vinho tinto leve de cor, de aromas frutados de média percepção e de pouca estrutura de taninos ficaria desequilibrado se fosse demasiadamente alcoólico, pois seu conjunto é leve e o álcool se faria sentir demasiadamente em relação aos demais componentes. 

O nível de álcool é frequentemente relacionado a sensação de temperatura que se manifesta gustativamente, um vinho é denominado de quente quando o teor alcoólico é expressivo e se faz sentir facilmente.

Dando um enfoque sobre o benefício do consumo moderado, o álcool existente nos vinhos é considerado como um forte antisséptico, que consumido em doses moderadas atua sobre o metabolismo lipídico captando o colesterol livre das células, auxiliando na produção do bom colesterol, além de possuir um efeito vasodilatador que inibe a agregação plaquetária responsável pela obstrução dos vasos sanguíneos.

Como a maioria dos alimentos, o vinho tem um ataque, um meio e um final. O ataque é a impressão inicial, normalmente agradável, pois o álcool costuma causar uma sensação de conforto.

Portanto este componente que atua de forma intensa sobre a conservação dos vinhos, sobre as características aromáticas e gustativas, sobre a saúde do ser humano, e traz consigo a alegria e a descontração, conquista uma posição de destaque dentro destas nobres bebidas.

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