As rolhas como material vedante de vinhos só ocorreram a partir do século XVII quando se utilizou o armazenamento do vinho em garrafas de vidro.
Primeiramente, as rolhas de cortiça natural eram no formato cônico, para facilitar sua introdução no gargalo das garrafas. No século XIX, através do desenvolvimento de equipamentos para auxiliar a colocação foi concebida em seu atual formato cilíndrico.
História da cortiça e sua utilização
A cortiça é a casca do sobreiro, uma árvore que pode alcançar até 20m de altura e tem um período de vida útil de 150 anos. A primeira colheita é realizada quando a árvore alcança 25 anos e para que ela produza nova cortiça a retirada só pode ocorrer num intervalo de 9 anos.
O sucesso desta matéria prima se deve a sua impermeabilidade relativa e flexibilidade, pois permite ser comprimida em até metade de seu volume sem perder a elasticidade e tender a voltar ao seu estado inicial.
O contato com o líquido no interior das garrafas faz com que aumente seu volume comprimindo contra as paredes do gargalo aumentando a vedação contra a entrada nefasta do ar. O principal país produtor da cortiça é Portugal, onde é muito comum no sul do país, principalmente na região de Alentejo.
Os três principais tipos de rolhas de cortiça são: A rolha natural, feita de cortiça maciça, considerada a de melhor qualidade, e também a mais cara, que pode chegar a dimensões de 55 mm de comprimento e 25 mm de diâmetro.
Rolhas de maior comprimento são utilizadas para vinhos que necessitem maior tempo de armazenagem para que quando as garrafas estiverem deitadas por muito tempo o líquido não atinja a parte exterior e seja o vetor de problemas de oxidação e contaminação.
Quando se extrai as rolhas maciças ocorrem sobras que quando moídas e unificadas com cola formam um tipo de rolha de baixa categoria, a rolha de aglomerado de cortiça.
Apresentam elasticidade e durabilidade menores e são mais baratas, e para garrafas de vinho que permanecem deitadas podem, com o tempo, passar sabores e aromas desagradáveis devido ao contato do produto com a cola de unificação dos fragmentos.
Como meio de reduzir esse incomodo surgiu um modelo híbrido, feito de cortiça aglomerada mas com discos de cortiça maciça nas extremidades. São utilizadas para vinhos a serem consumidos jovens quando o tempo de contato com o líquido não é grande o bastante para ultrapassar o disco e alcançar a cola.
Este mesmo mecanismo é utilizado para as rolhas de espumantes, que é cilíndrica de tamanho avantajado, se fosse feita totalmente de cortiça maciça encareceria demasiadamente o produto.
É composta por duas partes distintas, a parte de cima mais rígida feita de aglomerado e a parte de baixo é elástica e maciça. Depois de inserida na garrafa e graças a pressão interior adquire o formato de cogumelo.
“Para bons vinhos boas rolhas, quando a rolha é ruim tem-se a impressão de que nem o produtor acredita na boa evolução de seu produto”.
O cuidado com a contaminação dos vinhos
Mesmo sendo considerada o material de excelência para vedação a cortiça, por ser natural, é bastante vulnerável e pode apresentar alguns problemas de contaminação.
Na década de 70, muitos vinhos foram contaminados por uma substância chamada Tricloroanisol (TCA), que deriva das rolhas naturais defeituosas, onde fungos e impurezas da cortiça reagem quimicamente com fungicidas utilizados para sua conservação.
Estima-se que de 2 a 5% dos vinhos tiveram problemas ocasionados pelo tricloroanisol, que pode provocar mau cheiro característico de mofo e poeira indesejáveis.
Atualmente técnicas modernas reduziram estes problemas, mas mesmo assim a indústria norte-americana criou as rolhas sintéticas para redução de custos, e para tentar acabar com a contaminação.
Criou-se uma polêmica onde os defensores da cortiça afirmam que o elemento natural é indispensável para o melhor amadurecimento do vinho, além do caráter de defesa da tradição, afinal são três séculos de uso.
Os que defendem a rolha sintética afirmam que, por se tratar de um produto industrializado e pouco sujeito a variabilidade, está livre de qualquer contaminação.
Por ser extremamente jovem, as rolhas sintéticas ainda não tiveram comprovados o tempo de conservação e de vedação. Isso faz com que elas ainda provoquem desconfiança dos apreciadores mais conservadores.
São muito utilizadas em vinhos mais jovens. Sua durabilidade gira em torno de 5 anos e cerca de 20% das garrafas comercializadas mundialmente, são vedadas com esse tipo de rolha.
A eficácia das tampas de rosca ainda está sendo pesquisada
A tampa de rosca, também conhecida como “screwcap”, é pesquisado para uso em vinhos desde os anos sessenta na Austrália. Trata-se de uma tampa metálica de rosca e sua parte interna é coberta com plástico inerte que limita o contato do oxigênio com o vinho.
Como principais vantagens tem a facilidade de manuseio, uma vez que dispensa o saca-rolhas, ser reciclável e não ser vulnerável à contaminação por TCA. Este modelo é utilizado recentemente na produção de vinhos em alguns países como o Brasil, os Estados Unidos, a Argentina, o Chile, a Austrália e a Nova Zelândia.
No entanto, carecem estudos de sua aplicação a longo prazo em vinhos de guarda. Assim, o emprego desta tampa ocorre apenas em vinhos jovens que serão consumidos em até 1 ano
Já ouviu falar nas rolhas de vidro?
Apesar de pouco comuns, as rolhas de vidro entraram aos poucos no segmento. Sua fabricação começou nos anos 2000 e, por isso, são pouco conhecidas. Elas são totalmente inertes, evitando interferências no aroma do vinho.
Possui boa vedação: por meio de um anel de silicone, a rolha de vidro impede que o vinho entre em contato com o oxigênio, o que também evita contaminação por TCA. É uma tendência crescente, principalmente para os vinhos jovens.
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