Porque existem diferentes tipos de taças para vinhos?

Para responder a esta questão vale a pena conhecer a história e os argumentos.

Antigamente os vinhos eram servidos em canecos de barro, sua evolução passou pelo uso de chifres e até por copos de ouro e prata, não permitindo a visualização e transmitindo gostos estranhos.

A forma das taças

A descoberta do vidro e, mais tarde do cristal, permitiu dar forma aos recipientes até chegar aos modelos atuais onde são concebidas para captar o máximo de aromas do vinho e auxiliar na evolução da bebida depois que é servida, além de projetá-la para uma parte específica da língua.

As taças possuem uma base de apoio, uma haste e um bojo com uma aba, ou a abertura, e é aí que ocorrem as variações.

Taças com bojo maior, promovem maior contato do vinho com o oxigênio e, portanto, aceleram o processo de oxigenação, favorecendo a liberação dos aromas.

Ao mesmo tempo, essas taças não ajudam a manter a temperatura do vinho por muito tempo, então não são as mais indicadas para os vinhos brancos, que devem ser bebidos mais frescos.

Para estes, os vinhos brancos, que naturalmente são mais aromáticos, são indicadas taças com bojos um pouco menores e mais estreitos, o que auxilia na manutenção da baixa temperatura, graças a menor troca de calor com o ambiente.  

Pode conter também uma haste um pouco maior para evitar o contato do produto com as mãos o que também iria aumentar a temperatura do líquido.

Como cada vinho possui características únicas, dependendo da uva com que é produzido, é interessante ter uma taça para cada tipo, mas isso pode nos levar a ter cerca de 400 tipos e tamanhos de taças, uma para cada espécie de uva ou região do mundo.

Os tipos de taça para cada vinho

O consumidor de bom senso, pode ter uma menor variedade sem perder o prazer de beber vinho. São quatro os modelos básicos: uma taça para brancos, duas para os diferentes tipos de tintos, mais encorpados e mais leves, e uma para espumantes.

A forma das taças também influencia na percepção dos sabores, pois posiciona o líquido em partes da língua onde a sensibilidade é melhor para o que se deseja apreciar.

Por exemplo, para vinhos tintos encorpados, e portanto, ricos em taninos, é aconselhável a utilização de taças tipo Bordeaux. Elas possuem o bojo grande, com a borda fechada para evitar a dispersão de aromas e facilitar sua concentração.

A aba fina direciona o vinho para a ponta da língua, permitindo que a suntuosidade e os sabores frutados dominem as sensações antes que os taninos sejam direcionados para a parte de trás da boca.

É indicada para vinhos das uvas Cabernet sauvignon, Cabernet franc, Merlot, Syrah, Tannat, entre outras.

Para tintos mais leves, como os provenientes das uvas Pinot noir, Barbera, Nebbiolo, alguns Sangioveses e Merlot leves, os Gamays e os Grenaches,  que normalmente tem um maior potencial aromático e menos taninos, são indicadas as taças tipo Borgonha.

Estas taças são em formato balão, com bojo maior do que as Bordeaux, facilitando o contato com o ar, o que permite que o aroma se libere mais rapidamente. Este recipiente foi feito para que o vinho explore muito a componente aromática.

O formato e a maior espessura das bordas, direciona o fluxo acima da ponta e do centro da língua, diminuindo a acidez e acentuando as qualidades mais arredondadas e maduras dos vinhos.

Para vinhos brancos as taças têm corpo menor do que as para vinho tinto por dois motivos.

Primeiro, o vinho branco precisa ser consumido em temperaturas mais baixas e, portanto, em um recipiente menor, que permita que a reposição de líquido seja repetida mais vezes reduzindo o aquecimento.

Segundo para que realce as notas de frutas. A aba estreita entrega o fluxo do vinho através das áreas da língua com equilíbrio entre doçura e acidez, crucial para os brancos.

Os vinhos rosés possuem um pouco dos taninos dos tintos, mas os aromas dos brancos. Portanto a taça indicada costuma ser menor que a dos brancos em altura, mas com bojo maior.

Ela deve acentuar a acidez do vinho, equilibrando assim sua doçura. Se não houver disponível uma taça específica para roses pode ser utilizada a mesma dos vinhos brancos.

Para vinhos doces e fortificados as taças devem possuir um bojo pequeno e serem mais estreitas na parte superior.

Seu design ajuda a conduzir o fluxo da bebida diretamente para a ponta da língua, região onde os sabores doces são mais percebidos. São menores justamente porque as pessoas consomem vinhos doces e fortificados em quantidades menores.

O material também influencia na hora da degustação

Quanto ao material de composição das taças existem basicamente três opções: de cristal, cristal de vidro ou vidro sendo todas obrigatoriamente transparentes para que a aparência dos produtos não sofra qualquer interferência. Ver a cor e a limpidez é muito importante para apreciar um vinho.

A diferença existente é o teor de chumbo, metal utilizado em sua produção. A de cristal tem até 24% de chumbo, o cristal de vidro vem com cerca de 10% e o vidro não tem.

O chumbo dá mais leveza, delicadeza e sonoridade, além de permitir que a espessura da taça seja mais fina.

A maior porosidade do cristal é um fator positivo, pois ao girarmos um vinho enquanto o degustamos, forçamos as moléculas contra a parede áspera, quebrando-as, obtendo maior liberação de aromas.

E por fim, as taças para os espumantes

As particularidades dos espumantes requer taças apropriadas para liberar os aromas e principalmente o aprisionamento das correntes ascendentes de bolhas, os colares que prolongam o perlage, permitindo que o lindo balé das bolhas seja visualizado num maior percurso.

Atualmente são variações da taça flûte, ou flauta, fina, esguia e alongada, mas já foi baixa e larga, a chamada taça da vovó, que segundo a lenda foi formatada nos seios de Maria Antonieta, tamanha sua paixão pelo champagne.

A taça fina também direciona a efervescência e os aromas para o nariz, enquanto controla o fluxo acima da língua, mantendo o equilíbrio entre a limpeza da acidez e a profundidade.

Quanto mais bojo tiver a taça, dentro da proporcionalidade de ser esguia melhor, pois se for reta demais no sentido longitudinal irá realçar menos os aromas.

Se o champagne for Cuvée ou espumante de safra especial, um recipiente com corpo curvo permite sentir melhor o potencial do frutado em relação às outras notas aromáticas.

Agora que você já conhece os tipos e a importância de cada taça, que tal escolher a bebida certa? Acesse nossa boutique e conheça os vinhos e espumantes Santa Augusta.

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