Vinhos varietais e vinhos de blend

Vinhos varietais são vinhos elaborados com um só tipo de uva, uma só variedade, por exemplo Cabernet sauvignon. A legislação brasileira exige que pelo menos 75 % da composição de um vinho seja de uma determinada variedade para que possa ser denominado de varietal e levar o nome da casta no rótulo.

Quais as diferenças e o que os caracteriza:

Portanto, em um vinho varietal pode-se ter 25% de outras castas e ainda assim constar o nome da principal variedade. Estes vinhos, como é o esperado, se caracterizam por apresentarem características típicas da variedade da qual são compostos, mas não são idênticos de um produtor para outro, pois diferem entre si pela origem, maturação das uvas e maneira de elaboração. 

Mesmo sendo de uma só variedade podem ser elaborados com uvas de diferentes vinhedos, o que aumenta a complexidade, pois traz consigo as características do terroir que deu origem as uvas e quando unidos em um só produto podem apresentar um toque diferente. 

Já os vinhos mono-varietais ou mono-castas só admitem 100% de uma variedade.  Existem vários locais tradicionais no mundo do vinho que são tão conhecidos que trazem consigo de forma implícita a variedade que compõe seus vinhos. 

Por exemplo, na Bourgogne todo o vinho tinto é de Pinot noir e todo o branco é Chardonnay sem que esta alusão seja citada nos rótulos. Outro exemplo pode ser retirado da Itália onde alguns ícones do Piemonte como os sutis e delicados Barolos não citam que são produzidos com a uva Nebbiolo. 

Da mesma forma na Itália na região da Toscana os grandes vinhos de Brunelo de Montaltino são oriundos da variedade Sangiovese que também passa anonimamente nos rótulos. Já no continente americano citar a variedade é sinal de status para o vinho, aliás foi com o advento dos vinhos californianos que os varietais foram colocados em evidência.

Em contraposição aos vinhos compostos majoritariamente de uma só variedade existem os vinhos de corte, ou blend onde a ideia principal é juntar dois ou mais vinhos de diferentes variedades, a fim de produzir um novo produto superior aos seus pares em separado. 

Esta mescla em alguns casos, mistura anos, safras distintas, sempre com o objetivo de aumentar a complexidade e ganhar qualidade. Neste caso não recebem no rótulo o nome de apenas uma variedade, mas no mínimo das duas principais, por exemplo Cabernet sauvignon/Merlot. 

O objetivo principal deste tipo de produto é complementar as características de uma variedade com a da outra, somando por exemplo a força estrutural do Cabernet sauvignon com a sutileza e volume envolvente do Merlot. Em outros casos simplesmente é mencionado que trata-se de um corte sem evidenciar as variedades.

Alguns casos de vinhos de corte são emblemáticos. Os renomados vinhos de Bordeaux são compostos do chamado corte bordalês, ou seja, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e em alguns casos se soma a Petit Verdot. De quantidades variáveis para cada produtor, terroir, safra e desejo de tipificação dos vinhos. Mas o exemplo mais completo e complexo de cortes provavelmente são os vinhos da região também francesa de Chateauneuf du pape onde para receber a denominação de origem devem ter no mínimo 9 castas na composição do corte e são permitidas até 13 no blend final.

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